Hipertensão é coisa séria

Data de Postagem: 01/05/2016

Hábitos e atitudes podem controlar esta doença silenciosa e sem cura que atinge 17 milhões de brasileiros

A hipertensão é tão comum no Brasil que pode não parecer uma doença grave, mas ela é. Quase 300 mil pessoas morrem por ano no país de doenças cardiovasculares, mais da metade decorrente de pressão alta. Por ser uma doença silenciosa, geralmente sem sintomas e muitas vezes com diagnóstico tardio, apenas 22,7% da população adulta brasileira sabe que é hipertensa, segundo levantamento do Ministério da Saúde.

"Normalmente a hipertensão é uma doença silenciosa que não causa sintomas pelo fato de nosso organismo reagir com adaptações ao aumento da pressão arterial lenta e progressiva, por isso, os sintomas acabam aparecendo quando ocorre uma elevação rápida da pressão sem tempo para nosso organismo se adaptar. Neste caso, o paciente pode sentir dor de cabeça e na nuca, pontos luminosos na visão, cansaço desproporcional ao esforço físico realizado, palpitação e dor no peito", ressalta o médico cardiologista e especialista em Medicina Esportiva Gilberto Giovanelli Junior.

Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), a doença atinge 30% da população adulta do país, chegando a mais de 50% na terceira idade e está presente em 5% das crianças e adolescentes.

Segundo o professor da disciplina de Cardiologia da Faculdade de Medicina do ABC, Dr. José Luiz Aziz, a hipertensão arterial sistêmica ou continuada é um dos fatores de risco mais importantes para doenças cardiovasculares.

"A hipertensão pode agredir o coração, o rim e o cérebro de forma grave e levar ao infarto agudo do miocárdio, à insuficiência renal crônica - que pode alcançar a diálise - e ao acidente vascular encefálico, conhecido como derrame cerebral", afirma o médico.


Pressão ideal

A pressão arterial é aquela exercida pelo sangue dentro das artérias, que pode ser medida através do aparelho de pressão. Quando a verificamos, avaliamos duas medidas. Temos a medição da pressão sistólica ou máxima, que ocorre quando o coração contrai e bombeia o sangue, e também a da pressão diastólica ou mínima, que é quando o coração relaxa para receber o sangue do sistema periférico e dos pulmões.

"A pressão considerada limítrofe em pessoas acima de 18 anos é de 140mmhg na pressão sistólica e de 90mmhg na pressão diastólica. Devemos considerar que o ideal é ter média de pressão inferior a 130x80mmhg", alerta o professor José Luis Aziz.

No caso de crises hipertensivas, o diagnóstico de pressão arterial elevada é feito por meio de várias medições realizadas pelo menos três vezes ao dia, em dias e horários diferentes e de forma adequada: em repouso, lugar tranquilo, sem ingestão de café ou álcool e com a bexiga vazia.