Hipertensão e exercício

Data de Postagem: 04/11/2019

A atividade física é um importante aliado no combate à pressão alta: saiba quais cuidados um indivíduo hipertenso deve tomar ao praticá-la

A máxima de que “hipertensos não podem se exercitar” não pode mais ser usada como desculpa para o sedentarismo. Pelo contrário: cada vez mais, surgem mais evidências científicas de que exercícios físicos regulares são tão eficazes quanto remédios na redução da pressão arterial. O British Journal of Sports Medicine (BJSM) publicou recentemente uma revisão de nada menos que 391 estudos que indicou que atividades físicas têm o mesmo potencial da medicação no controle dessa doença.

“Se um indivíduo fizer 150 minutos de exercício por semana, certamente ele terá um controle mais adequado da pressão. A prática esportiva regular é um adjuvante importante no tratamento”, esclarece o médico José Luis Aziz, professor de Cardiologia da Faculdade de Medicina do ABC.

Para entender o porquê, é importante lembrar que, na hipertensão, as artérias ficam mais contraídas do que o normal, dificultando a passagem do sangue. Esse aperto, por sua vez, faz a pressão subir. O exercício provoca reações químicas no corpo, liberando substâncias no sangue que “relaxam” as artérias, o que faz diminuir a pressão. Acima de 18 anos, a pressão limítrofe é de 140 e 90mmhg na pressão sistólica e diastólica, respectivamente. A média ideal é inferior a 130x80mmhg.

“Durante o exercício, ocorre um aumento do fluxo sanguíneo na musculatura exercitada, o que estimula a produção de uma substância conhecida como óxido nítrico (NO). O NO é um gás liberado pelas células endoteliais que revestem os vasos sanguíneos, que faz com que o músculo liso relaxe e promova maior vasodilatação, reduzindo assim a resistência vascular”, explica o personal trainer Marcelo Rodrigues dos Santos, profissional de Educação Física e doutor em Ciências pela Faculdade de Medicina da USP.

Os exercícios mais indicados para um hipertenso são os aeróbios, como caminhada, corrida, natação ou ciclismo. Musculação, desde que evite-se cargas elevadas e fadiga concêntrica (falha muscular), está liberada e traz benefícios para o corpo como um todo. A medicação prescrita pelo cardiologista é outro pilar importante no combate a essa doença, ao lado de redução da ingestão de sal, perda de peso e cessação do tabagismo e álcool.