Elas são independentes e cheias de compromissos. Desde sempre, se desdobram em diferentes papéis: filha, esposa, mãe e trabalhadora que luta para ser reconhecida profissionalmente.
No mês em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher, data que lembra as lutas feministas por igualdade, justiça e respeito entre os gêneros, a Revista Associação Clube conversou com duas mulheres de fibra que sempre correram atrás de seus objetivos.
“Fiz magistério, estudei pedagogia e educação física. Fui professora e depois me tornei diretora. Casei-me aos 26 anos, no ano seguinte tive meu primeiro filho e, aos 30, o segundo. Naquela época, muitas mulheres abandonavam a carreira ao virarem mães, mas eu, de jeito nenhum. Minha mãe me falava: ‘um dia eles vão crescer, se você parar de trabalhar, você vai ser o quê?’. Arranjei uma empregada para tomar conta dos meninos, trabalhava o dia inteiro e à noite fazia comida, compras no mercado, acompanhava a lição de casa, administrava as contas de casa e ainda brincava com as crianças. Tive que me desdobrar, mas dei conta”, lembra Margarida Zampieri Romaneli, 65 anos, do grupo Girassol. Margarida está aposentada, têm três netos e faria tudo outra vez.
"Fui fazer cursos, esportes e trabalho com voluntariado, ano passado participei de um projeto com refugiados. Viajo muito também”, conta.
“Sou a filha mais velha, a única mulher. Amadureci cedo, comecei a trabalhar aos 14 anos porque eu queria ter meu dinheiro. Meus pais sempre me incentivaram a estudar, a correr atrás do que eu queria. Com 18 anos, comecei a trabalhar no Tribunal Eleitoral, depois me tornei oficial de justiça e me formei em direito. Em um meio predominantemente masculino, aprendi a ser firme e a me impor. Casei-me com 32 anos e, apesar de desejar, não tive filhos. Acabei me separando aos 40. Optei por não casar novamente para fazer o que gosto, viajar e ser independente. Minha felicidade não depende de ninguém”, relata Vera Lúcia Bachiega, 62 anos, do grupo Nova Era.
Aposentada há alguns anos, hoje Vera divide sua rotina entre a mãe e o lazer. “Desde que meu pai faleceu, cuido da minha mãe. Entrei no grupo da Terceira Idade para incentivá-la a participar dos encontros. Uso meu tempo também para viajar, se não tiver companhia, eu vou mesmo assim”, conta.