O Dia Internacional do Idoso é comemorado no dia 1º de outubro. A data lembra uma parcela da sociedade cada vez maior. Nos próximos 20 anos, a população com mais de 60 anos vai mais do que triplicar: dos atuais 22,9 milhões (11,34% do total), passará para 88,6 milhões (39,2%), tornando o Brasil um país majoritariamente idoso. Os dados são do IBGE. A expectativa de vida atual do brasileiro é de 75 anos. Mas, segundo projeção da ONU, a esperança de vida ao nascer no Brasil subirá para 81 anos até 2050. Isso por conta do avanço da medicina e do aumento de renda, escolaridade e proporção de domicílios com saneamento adequado.
Mas o que é ser idoso hoje em dia? Ter mais de 60 anos é certamente diferente de como era algumas décadas atrás. "Depois que eu me aposentei, comecei a experimentar tudo que não pude fazer durante minha vida toda por conta do trabalho e do tempo que ele me tomava. Já fiz vários cursos de literatura, teatro e contação de histórias, pratico hidroginástica, pilates e agora participo de uma pesquisa da Universidade Federal do ABC sobre memória como cobaia voluntária. Até Miss Terceira Idade São Bernardo fui em 2013", conta a bancária e professora aposentada Leonildes Laranja Cunha, 68 anos, do grupo Nova Esperança.
"Antigamente, nossas mães e avós se aposentavam da vida. Nós, não. Somos aposentadas do trabalho, mas estamos saudáveis para concretizar nossos sonhos e buscar o que nos faz bem e feliz. O importante é manter a mente ativa", acredita.
Ela não é a única a pensar assim: aproveitar a vida é prioridade para seis de cada dez idosos entrevistados em pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Ainda segundo o levantamento, as atividades de lazer se tornaram mais frequentes depois da aposentadoria para 46% das pessoas ouvidas.
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Fazer parte de um grupo de terceira idade trouxe novos amigos e ajudou a movimentar a vida da funcionária pública aposentada Elza Arashiro de Almeida, 69 anos. "Faço parte do grupo Girassol desde o começo de 2014. Fiquei mais ativa e expansiva, expresso mais minha opinião e encontrei vários amigos. Depois que fiquei viúva, fiquei um tempo isolada, mas hoje saio mais de casa e vou aonde quiser, de ônibus, sem depender dos meus filhos", conta.
O primeiro núcleo de convivência da Associação surgiu há 17 anos e, desde então, o público só cresceu. Com reuniões semanais, hoje são cinco grupos que reúnem 230 pessoas para uma série de atividades de lazer, integração e bem-estar.
"A população idosa cresce ano a ano e o clube precisa acompanhar isso. Nossa preocupação é oferecer um leque variado de atividades que motivem as pessoas a saírem de casa e que estimulem as relações interpessoais. A lista é ampla: palestras com profissionais da saúde, visita a museus, viagens em grupo, bailes, vôlei simplificado, além das reuniões semanais, tudo é pensado para oferecer qualidade de vida a este público", explica Marcos Galante Vial, presidente da Diretoria.
Para Célia Regina Saurin, Assessora da Terceira Idade, o mais importante nesta fase é transmitir conhecimentos. "Envelhecer é uma dádiva que deve ser encarada não como uma perda de habilidades, mas como uma oportunidade para transmitir os conhecimentos adquiridos ao longo da vida. Parabéns a todos", afirma ela.